6 de dezembro de 2015
O mágico de Oz


Tido por muitos como uma "versão americanizada"  de Alice no país das Maravilhas, O mágico de Oz nos encanta e fascina da mesma forma que a estória de Lewis Carroll, mas, com certeza, cada uma tem as suas singularidades criativas, tendo L. Frank Baum criado um país encantado que sua época precisava, sendo até hoje um grande sucesso que agrada a crianças e a adultos também. 
Em toda a minha infância nunca tive um contato assíduo com a história de O mágico de Oz, na verdade, assisti apenas uma vez a metade de um filme com esse título, mas não gostei muito, tinha apenas oito anos e o enredo não me interessou. Ao longo dos anos, ouvi cada vez mais a respeito da obra prima de Baum e, esse ano, após assistir a uma resenha da Tatiana Feltrin, decidi comprar o livro e dar uma chance a ele. No entanto, não li logo que chegou e ele ficou em minhas estante durante muito meses, foi quando, depois de outra resenha, agora do Rubens do Canal Ler Vícia, descobri  Wicked e me interessei muito mais pela versão adulta da história do país de Oz do que da original, por isso li o livro de Maguire e este abriu as portas para um verdadeiro interesse em conhecer as aventuras de Dorothy e seus amigos. 
A narrativa em terceira pessoa de Baum facilita nossa aproximação com todas as personagens, suas características e suas realizações. Na apresentação, é nos contado que Baum tinha pavor das histórias dos irmãos Grimm e queria criar uma narrativa infantil na qual as crianças não sofressem tanto e tivessem finais tão controversos, por esse motivo, Dorothy passa por algumas poucas desventuras, mas sempre tem uma solução a vista, sempre algo de muito bom, uma ideia no último instante, surge e salva a todos. 
É preciso dizer também que esta trata-se de uma história infantil, logo, é fácil compreender as repetições constantes dos desejos das personagens principais em conquistar seus sonhos, sem falar na intenção moralizadora e crítica que mostra toda a ilusão criada pelo Magico e como O leão covarde, O espantalho sem cérebro e O homem de lata sem coração, desde o início da narrativa, já tinham tudo aquilo de que precisavam, mas as convenções sociais não os permitia ver o que estava ali, a olhos nus. Dorothy também é surpreendida ao saber que, durante todo o tempo, tivera em seus pés a única maneira de partir da terra de Oz, tendo, no entanto, que atravessar todo um percurso para finalmente voltar para casa. 
Em minha edição (bolso de luxo, da editora Zahar) não há qualquer menção ao momento histórico no qual foi concebida a narrativa de Baum, entretanto, suas críticas a respeito da forma como as pessoas podem facilmente ser enganadas e que, muitas vezes, elas querem isso, acabam por tornar a história de O mágico de Oz atemporal e obrigatória para todos aqueles que amam uma boa história de fantasia que nos traga um olhar crítico acerca da realidade.


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