27 de junho de 2018
Battle Royale: uma luta até a morte entre adolescentes.

Capa do livro Battle Royale. Editora Globo Livros.

Battle Royale de Koushun Takami foi, com certeza, o livro mais sangrento que li até hoje. E o mais perturbador também, porque ler sobre adolescentes lutando até a morte é bem horrível... 
Antes de tudo, uma pequena explicação: Battle Royale foi um termo criado por Koushun Takami, derivado de battle royal, um estilo de luta existente desde a Roma Antiga, no qual um grupo de pessoas deve lutar até que fique apenas um em pé ou vivo.
Nesse livro, categorizado como thriller e distopia, somos apresentados ao governo autocrático da República da Grande Ásia Oriental, outrora o Japão. Sabemos disso através de um narrador em 3 ª pessoa acompanhando um grupo de jovens a caminho de uma excursão escolar.


Contudo, eles não vão, de fato, a uma excursão. Seu ônibus é interceptado e os 42 adolescentes de uma classe de 9 º ano são selecionados para participar de um "projeto" governamental para "melhorar a defesa do país".
O problema é que esse "projeto" consiste em deixar esses jovens, que são amigos e se conhecem há muito tempo, em um local isolado para lutarem até a morte até que apenas um deles sobreviva. As regras do jogo não permitem concessões e se não houver mortes a cada 24h, todos são executados pelo governo. Essa é a Battle Royale...
Ao longo de cada capítulo, conhecemos as personagens envolvidas nesse massacre e presenciamos suas mortes, todas muito sangrentas e algumas com requintes de crueldade, graças a um possível psicopata e uma moça sociopata, integrantes dessa classe, ou seja, nem todos são amigos... Logo, veremos muitas lutas, pessoas enlouquecendo e muita desconfiança, afinal, eles não podem confiar em ninguém.


Nesse momento, você deve estar se perguntando: - Mas, Andréa, esse enredo parece muito com o de Jogos Vorazes! E eu respondo: Sim, é mesmo. Suzanne Collins se inspirou em Battle Royale para criar sua história. E não, na minha humilde opinião, não acho acho que ela fez um plágio. As premissas são semelhantes, porém com muitas diferenças. 
Uma delas é a falta de profundidade das personagens do livro de Koushun Takami. Todas, até as protagonistas são muito clichês e têm motivações clichês. Sem falar que existem vários "faz tudo" entre os jogadores, o que é bem estranho. Digo isso, porque em um país autocrático, o acesso a educação e internet são bem restritos, logo, ver meninos de 15 anos com alto conhecimento em informática, técnicas de hacking e até medicina, é um pouco fora do real.


Outro ponto negativo é a falta de empoderamento feminino em Battle Royale. As alunas, em sua maioria, não fazem nada além de fugir, se esconder e ter medo. As poucas que lutam por sua sobrevivência têm algum "defeito" para os padrões dessa sociedade. Não quero dizer que as moças deveriam matar sanguinariamente, mas, pelo menos, poderiam tentar burlar o sistema, como os rapazes fazem. A impressão é de que mulheres não são capazes de raciocinar e se defender sozinhas.
Além disso, as armas, ou melhor, as munições, são outro ponto escuso no enredo: elas não acabam! Todos que receberam uma arma no jogo parecem ter recebido um estoque ilimitado de munição. Isso não faz sentido, pois como poderiam se mover furtivamente com a mochila pesada? 
É por esses motivos  e pela matança per se que não gostei de Battle Royale. Achei a leitura muito pesada. O desenvolvimento das personagens e de suas ações são muito incoerentes ou previsíveis, deixando muito a desejar. Então, não indico esse livro a pessoas sensíveis a sangue, crueldade e falta de coerência textual. Podem ser grandes gatilhos...


8 comentários:

  1. Eu me interessei por ser sangrento, e na vdd nunca li nem assisti Jogos Vorazes, mas talvez eu passe a leitura desse e assista só o filme. Gosto bastante de filmes orientais :D

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    1. Tá certa. O filme é bem fiel ao livro, mas sem os detalhes incoerentes kkkkkkkkkk
      PS: acho que você é uma das poucas pessoas que não conhece Jogos Vorazes =)

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  2. Oi Andrea,
    Que medo desse último gif, rs.
    Eu amo Jogos Vorazes, mas não me arriscaria nessa obra não.
    Acho que é muito forte... Não faz muito meu gênero.
    Beijos
    https://estante-da-ale.blogspot.com

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    1. É mesmo né! Medonho!!
      Realmente, esse livro é bem mais sangrento que Jogos Vorazes e bem gráfico... '-'
      Bjs

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  3. Eu tenho a impressão que tudo que fazem de entretenimento oriental ou tem muito sangue, ou tem haver com maldições e exagerados estereótipos da "menininha do colegial". O que mais me incomoda em uma obra é falta de coerência rsrs.

    Adorei a resenha, bem precisa!!
    bjs =D

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    1. Hahahahahahahaha olha, em muitos aspectos tenho que concordar com você. Os últimos livros young adults que li de autores orientais comprovam isso '-'

      Obrigada =)

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  4. Oi Andrea, eu já tinha lido criticas sobre o livro, mas não imaginava que fosse tão sangrento!! Achei a proposta super interessante!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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