9 de dezembro de 2015
O Vale das Bonecas - Jacqueline Susann

Boa noite, gente!! Hoje, vamos conversar sobre o melhor chick lit que já li até agora!! Mais uma vez, como já me acostumei, ele foi uma indicação - ainda que indireta - da querida Tatiana Feltrin, em um vídeo no qual ela fala sobre o assassinato de Sharon Tate. Lá, ela acaba contando a respeito de um filme dessa atriz que ficou muito famoso na época pela morte da mesma, mas que não era muito bom e era baseado em um livro. Pois é, fiquei extremamente curiosa e finalmente consegui ler o bendito! E olha, pra mim, foi simplesmente uma das melhores leituras do ano!



Em O vale das Bonecas, acompanhamos ao longo de vinte anos (1945 a 1965) a vida de três jovens mulheres: Anne, Jennifer e Nelly que procuram unicamente aceitação e sobretudo uma família que as ame e proteja. 

[...] Foi mais divertido, porém, no começo da escalada, quando havia apenas a esperança e o sonho de realizá-la. Tudo o que você podia ver então era o cume da montanha, ninguém que o informasse sobre o Vale das Bonecas. [...] 

Nosso primeiro foco narrativo fica a cargo da história de Anne, garota de 21 anos que viveu toda a sua vida em uma pacata cidade da Nova Inglaterra e, por ansiar mais do que um casamento arranjado, foge para a fervorosa Nova Iorque em busca de uma carreira e quem sabe, um homem que consiga despertar-lhe desejo. Durante a narrativa, percebemos que muito da menina do interior não saiu de Anne, ela pensa mais nos outros do que em si mesma, sempre muito regrada e disciplinada, ela acaba passando a ideia de que é uma mulher fria, no entanto ela só não quer ser um incomodo aos outros.
Logo após a introdução dela, conhecemos melhor a personagem Jennifer, moça belíssima que trabalha no mesmo espetáculo que Nelly, amiga de Anne, no entanto Jen não possui qualquer talento, ela está na peça apenas para atrair patrocinadores e os espectadores com sua beleza avassaladora e ela sabe disso e usa esse atributo para conquistar aquilo que mais quer: um marido rico que lhe dê filhos e uma boa condição financeira para ajudar sua família abusiva, apenas isso, ela nem ao menos quer amor, ela luta apenas por estabilidade. 
Por fim, temos o capítulo introdutório de Nelly, a mais jovem das três, que é um verdadeiro prodígio! A menina canta, dança, interpreta e é linda! Com todas essas qualidades, a moça, aos 19 anos, consegue um grande contrato com Hollywood e torna-se a "namoradinha" da América. 
Depois desses três capítulos de apresentação, a narrativa perde a linearidade em se tratando dos focos narrativos, vamos acompanhar a vida dessas três mulheres, suas lutas, medos, perdas, vitórias e derrotas de acordo com a passagem dos anos e muitas águas vão rolar neles... Como várias versões desse livro mostram e como a versão cinematográfica também, nós temos, na metade da história, o surgimento das "bolinhas", pílulas para dormir, para emagrecer, para acalmar, para ajudar as que ajudam a dormir... Enfim, quanto mais pressão da sociedade essas moças sofrem, mais elas se afogam no vício das pílulas e mais nós a vemos afundar e cair em sua busca. 
Toda a narrativa é demasiado crítica e mostra como eram os padrões de beleza e comportamento impostos as mulheres da época, algo que ainda acontece hoje em dia... É difícil não se sensibilizar diante dos tormentos de Anne, Jennifer e Nelly, pois, de maneira isolada, ou não, todas nós somos afetadas pelos esteriótipos criados e execrados pela mídia, que nos usa como meros produtos ou como chamariz para compra de outros. 
Não contei nem um décimo da história, que é enorme e assemelha-se a uma novela televisiva de tantas reviravoltas que acontecem, mas, esse, é um livro que começa suave como um brisa e acaba como uma tormenta da qual não temos certeza se alguém conseguirá sair ileso... Ótima leitura para pensar e repensar valores! 

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