3 de outubro de 2015
Psicopata Americano - Bret Easton Ellis


Olá, pessoal! Finalmente, consegui ler O Psicopata Americano  e já estou quase completando a minha lista de leituras do ano! Porque ao longo de todo esse mês nós teremos resenhas sobre livros e talvez sobre séries e filmes também, todos tendo como foco o horror, o terror e o macabro. *_______* E para começar muito bem, vamos a estória de um dos mais famosos psicopatas da literatura:

[...] "Estou afrouxando a gravata que ainda trago ao pescoço com minha mão encharcada de sangue, com a respiração pesada. Esta é a minha realidade. Tudo fora disto é como um filme qualquer a que uma vez assisti" [...] p 502.

Patrick Bateman é o americano perfeito: jovem, bonito, rico, bem relacionado e dentro dos padrões de gosto estético e cultural do final dos anos 90, seu único defeito, a única coisa que destoa de todo o seu visual, é que ele é um psicopata.
O cara vive em uma Nova Iorque recheada de futilidades, ninguém se preocupa com nada além de roupas, acessórios, grifes famosas, restaurantes caros e roupas, sério, gente, cada capítulo tem pelo menos metade consumida pela descrição do vestuário das personagens em cena! Fato que colabora com o  sarcasmo da narrativa,pois Patrick está sempre dizendo a seus "amigos" e a diversas pessoas aleatórias que ele É UM PSICOPATA  e ninguém lhe dá atenção, afinal eles tem coisas muito mais importantes para se interessar, como por exemplo, os novos ternos da Armani, o novo restaurante que abriu na cidade etc, o que o deixa Bateman, como todo bom narcisista, frustrado e muito, muito irritado. 
Ao longo das duzentas primeiras páginas, conhecemos todas as melhores marcas de roupas e cosméticos masculinos da época! O que não nos prepara para o que está por vir... 

Bateman... Bate - man, Bate... Bates? Será que é alguma coincidência? 

Não, tirando o fato de que Patrick não gosta de se vestir de mulher e é totalmente homofóbico, ele lembra muito o carismático Norman Bates, até porque ninguém desconfia dele. Quando as cenas "carregadas" começam, elas nos deixam desnorteados, a narrativa é muito gráfica, objetiva, nua e crua, você não consegue se desvencilhar das impressões que ela deixa, no entanto, calma, após um capítulo cheio de morte, tortura espanhola e pedacinhos de carne humana na panela, tem sempre um capítulo leve que nos traz a resenha da carreira de algum músico ou banda famosa dos anos 90, isso evidencia o quão insignificantes são essas mortes para Bateman, o quão sem importância são as pessoas em si, até mesmo ele. 
Uma coisa que precisa ser observada é a desconfiança que esse narrador nos causa: o livro é narrado pelo próprio Patrick, logo tudo o que sabemos sobre ele vem de suas próprias palavras, em vários momentos nos deparamos com pessoas que ele disse que "matou", mas na verdade se mostram bem vivas e conversando com todo mundo e vivendo, enfim! E como eu disse, ele gosta de atenção, por isso você nunca tem certeza se quando Patrick assume a forma de psicopata ele está narrando algo que realmente está acontecendo ou se apenas inventou tudo isso pra chocar você, já que ele não consegue fazê-lo com seus amigos e as pessoas que estão ao redor dele. 
Desse modo, é você leitor que precisa fazer uma escolha, acredita ou não no psicopata americano? 

Eu tenho minhas dúvidas...

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